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 | 25/03/2005 15h51min

Saúde frágil afasta Papa das comemorações da Semana Santa

Pontífice pode participar de procição noturna através de videolink

Cristãos de todo o mundo lembraram a morte de Jesus Cristo nesta Sexta-feira Santa, dia 25, sem o tradicional comando do sacerdote maior da Igreja Católica, o Papa. Um cardeal de alto escalão fez o possível para tranquilizar os católicos, afirmando que o papa João Paulo II continua lúcido, apesar de seu estado físico extremamente frágil.

O papa tem 84 anos e se recupera com dificuldade de uma cirurgia na garganta realizada no mês passado. No dia mais sombrio do calendário cristão, ele ficará à margem das cerimônias oficiais. Normalmente o papa preside três eventos na Sexta-feira Santa.

Nos últimos anos o Pontífice ouviu confissões de fiéis comuns na Basílica de São Pedro, oficiou a missa vespertina da Paixão do Senhor na basílica e depois participou da procissão da Via Crucis no antigo Coliseu de Roma. Durante a cerimônia da paixão de Cristo à tarde, presidida pelo cardeal norte-americano James Stafford, a congregação rezou pelo papa.

– Rezemos por nosso santo pai, o papa João Paulo II. Que Deus, que o escolheu para ser bispo, dê a ele saúde e força para guiar e governar as pessoas sagradas de Deus – exaltou em inglês.

O padre Raniero Cantalamessa, que fez o sermão durante a tarde, disse: "fique bom logo. Volte logo, santo padre, a Páscoa é tão diferente sem você".

É possível que o papa, cujo estado de saúde ainda estaria precário, se junte aos fiéis na procissão noturna através de videolink desde seus aposentos, mas ele delegou um cardeal para representá-lo na procissão. João Paulo II foi visto em público pela última vez na quarta, dia 23, quando apareceu em sua janela por pouco mais de um minuto. Estava magro e pálido, não falou nada e aparentava estar sofrendo dor.

O cardeal Joseph Ratzinger, que preside a poderosa Congregação para a Doutrina da Fé, disse a um programa de televisão italiano que o papa está fisicamente fraco, mas continua lúcido.

– O papa trabalha com lucidez total – disse Ratzinger no programa italiano "O Calvário do Papa", a ser transmitido na noite desta sexta antes da procissão da Via Crucis.

– Em vista das provações físicas pelas quais João Paulo II está passando, até mesmo isso é uma dádiva divina – disse Ratzinger.

O Calvário é o monte em Jerusalém onde Cristo foi crucificado.

Na quinta-feira um cardeal que tomou o lugar do papa na missa da Quinta-feira Santa, no Vaticano, disse que o pontífice está se "abandonando serenamente" à vontade de Deus. Pela primeira vez em seus 27 anos de pontificado o papa foi obrigado a designar cardeais de alto escalão para representá-lo nos eventos da Semana Santa, que terminam no Domingo de Páscoa.

A expectativa é que ele dê a bênção "Urbe et Orbi" (à cidade e ao mundo) de Páscoa depois de seu secretário de Estado, o cardeal Angelo Sodano, ter oficiado a missa de Páscoa em seu nome, mas é pouco provável que João Paulo consiga ler a tradicional mensagem e saudação de Páscoa em quatro línguas.

O Vaticano não tem comentado relatos da mídia segundo os quais os remédios que o papa está tomando lhe estariam causando problemas, incluindo dificuldades de respiração e alimentação, dores de cabeça, vômitos e fraqueza generalizada.

As informações são da agência Reuters.

 
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